Quando era criança, eu lembro que, em cada natal, pedia aos meus pais um presente que tanto queria. Na maioria das vezes, era uma boneca. Contava os dias para ganhar a tal boneca, sonhava com o momento em que a teria finalmente em meus braço, até que esse dia chegava.
Ficava encantada, empolgada e sempre a levava para todos os lugares. E a boneca era o centro das atenções, a protagonista das novelas que inventava.
Isso durava aproximadamente 1 ano, até a proximidade no natal seguinte. A boneca favorita às vezes permanecia nessa condição por mais tempo, porém, de tão usada, começava a apresentar desgastes. Mesmo assim, adorava carregá-la para os lugares que ia, continuava brincando com a boneca. Assim, já precisava de remendos, pois partes do corpo estavam quebradas ou frouxas. Já não dava para brincar como antes, mas eu insistia. E a boneca nova chegou. Vi que aquela já tinha perdido o posto e que não era mais a mesma coisa brincar com ela. Com a chegada da nova boneca, senti uma maravilhosa alegria e novamente a empolgação de quando havia ganhado a outra.
E a vida é assim. Infelizmente precisamos sempre nos renovar, senão nos sentimos entediados e nadando contra a maré, parados no mesmo lugar. Precisamos de novos estímulos, de novas atividades, novos ares. Não quer dizer que devemos abandonar o barco, mas olhar as situações de maneira diferente, tentar entender nossos problemas com outros olhos. E assim não nos cansaremos de viver a nossa vida e nem de quem nos cerca.
Renata
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